Eleitos em Cristo

        Eleitos em Cristo 

" E aos que predestinou, a estes também chamou"                                                                 (Rm 8.30) 
A Confissão de Fé de Westminster diz:
          "Segundo o seu santo e imutável propósito, e segundo o Santo conselho e beneplácito de sua vontade, antes que fosse o mundo criado, Deus escolheu em Cristo, para a glória eterna, os homens que são predestinados para a vida; para louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa." (CFW III. V).
A doutrina da Eleição é alvo de duras críticas por parte de muitos, quando deveria ser vista como a mais pura manifestação da graça de Deus. Dada a situação do homem caído, Deus seria perfeitamente justo e bom em deixar a humanidade seguir seu arbítrio e ir para o lugar que escolheu: viver longe de Deus,ou seja- O Inferno.
Mas Deus que é rico em amor e misericórdia, sempre teve um plano e é esse plano que sempre foi e sempre será executado e cumprido cabalmente,, como bem disse Jó "Nehum dos teus planos são frustrados" (Jó 42.2).
Lutero em seu livro 'Nascido Escravo' argumenta: " Se a minha salvação fossr deixada ao meu encargo, eu não conseguiria enfrentar vitoriosamente todos os perigos, dificuldades e demônios contra os quais teria de lutar. Porém, mesmo que não houvesse inimigos a combater, eu jamais poderia ter a certeza do sucesso. Eu jamais poderia ter certeza de haver agradado a Deus, ou se havia ainda mais alguma coisa que precisaria fazer."
A grande questão é que muitos querem por á prova o Conselho de Deus e questionar sua Soberania á luz da 'justiça humana'. Como no episódio de Jó  em que o diabo lança suas teses afirmando que nem Jó, nem Deus eram sinceros. Um adorava para ter e outro dava para ser adorado. Hoje surgem falácias como esta...- Se Deus predestinou, que culpa tem o predestinado? - Paulo inspirado pelo Espírito Santo responde à essa e outras questões envolvendo a Suprema Vontade de Deus em Romanos 9 e deixa bem claro que não somos marionetes ou meros atores que interpretam um espetáculo escrito por Deus, mas que somos vasos preparados para um propósito.
Expondo sermões em Efesios, Calvino diz algo muito importante " Ora, se for perguntado a razão pela qual Deus se compadece de uma parte e deixa a outra, não há outra resposta senão que isso assim lhe apraz. Sobre a pregação do evangelho em um lugar, alguns ficarão afetados com fé viva, mas outros irão embora, chegando sem se beneficiar de nada em absoluto, ou então se endurecendo contra Deus e evidenciando a estupidez que outrora estava oculta neles."
Alguém poderá chegar à uma falsa conclusão: Já que Deus é quem elege, cabe à ele buscar seus eleitos; por que pregar?
Longe de desmotivar a pregação e o evangelismo pessoal, a doutrina da Eleição serve-nos de uma injeção de ânimo, pois sabemos que o nosso "trabalho não é vão" (1Co 15.58). Não é perda de tempo pregar para incrédulos impenitentes pois para estes o Evangelho é juízo de Deus, mas para o Eleito é Luz de Deus.
Nossa obrigação como eleitos de Deus é dizer como o profeta Isaías disse: "Estou aqui, envia-me"; a voz Divina ecoa através de sua sacrossanta Palavra "Não temas, mas fala, e não te cales; Porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo (onde tu estás)" (At 18.9,10).
Que possamos cumprir cabalmente o 'Ide' de Cristo entendendo que somos vasos nas mãos do Oleiro e que é Ele que opera em nós  (Fp 2.13).
Concluo com o pensamento do teólogo luterano alemão Werner de Boor "Realmente, nenhum de nós poderá ter no coração o menor anseio por salvação se Deus não nos despertar previamente da condição de "mortos em delitos e pecados" e nos atrair para a salvação. A cada um, porém, em que Deus realizou isso, cumpre dizer agora com máxima seriedade : Não brinque com essa salvação, siga-a realmente, não deixe escapar essa hora da graça, justamente porque ela não é apenas o seu próprio "estado de ânimo ", a sua própria ' ideia", mas a atuação decididamente divina em seu coração. O querer gerado por Deus- que responsabilidade isso traz para nós!  Realmente só podemos aproveitar esse querer " como temor e tremor, em sagrada seriedade".

-Oh Senhor, ajuda-me na minha incredulidade e perdoa-me quando não falo de ti-
           
      Soli Deo Gloria! 

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