Portas Abertas
"E levantando-se foi para seu pai..."
Lc 15:20.
Uma parábola nunca tem o propósito de ser um esboço completo da verdade. Seu objetivo é comunicar uma grande lição, ou apresentar um grande aspecto de uma verdade positiva. (Dr Martin Lloyd-Jones).
A narrativa de Lc 15 é bem detalhista, e nos permite ver que foi justamente aqui ,ao diagnosticar o que havia no coração daqueles homens (fariseus e escribas), que Jesus começou a lhes contar uma parábola, dividida em três atos: A Ovelha perdida, a Dracma perdida e o Filho Perdido. Ao lermos com atenção vemos que a ênfase recai sobre a comemoração que aquele que perdeu algo de valor faz, ao reencontrar o que havia perdido. Segundo Lloyd-Jones, as duas primeiras parábolas " têm o propósito de nos mostrar o amor de Deus expresso numa busca ativa pelo pecador e a terceira nos mostra a resposta do pecador à essa busca de Deus".
Fazendo uma aplicação simples e prática de essa parábola vemos que toda ela é rica em ensinamentos para a nossa jornada. Aquele jovem que possuía um lar, onde havia abundância de pão, e fartura de afeto. Aquele moço, que um dia, atraído pelas paixões mudanas, deixou tudo aquilo para viver distante. E ele percebeu o que lhe pertencia, e partiu mesmo assim. Resoluto. Passo firme. O mundo o recebeu de braços abertos. Amigos, agora ele os tinha. A bolsa estava cheia de dinheiro. E iniciou-se a tragédia daquele coração. Porque os recursos aos poucos lhes foram minguando... Mais uns dias e havia perdido tudo. Agora os amigos faltam. Os lugares que o recebiam com tanta glória, com tanta alegria frívola, agora já lhe fecham as portas no rosto. Porque as suas roupas já estão sujas, andrajosas...
Depois de muito pensar, de rua em rua, em busca de ocupação que lhe desse um pedaço de pão, ele encontra numa Fazenda, vaga de guardador de porcos. Aceita o trabalho e come às escondidas as bolotas que os porcos comiam... que humilhação!!!
É assim que Cristo nos apresenta, em cores vivas, aquele jovem, filho do ilustre fazendeiro. Vivendo com porcos. Sujo. Maltrapilho. À beira, à margem da própria vida. E foi ali, naquele lugar tão sombrio, que o moço pródigo que não tinha onde mais cair, cai mais uma vez. Cai pra cima. Lembra-se do lar que perderá. E resolve voltar.
Essa era nossa situação e é a situação de alguns ainda... Abandonamos nosso pai e por mais que tentássemos mudar, pior ficava a situação. Mas, o amor do pai nunca nos abandou. A graça salvadora nunca nos deixou cair total e definitivamente e movidos pelo Espírito Santo, nos lembramos de nossa casa e o Pai compadecido ( "compadecido" essa palavra é amplamente usada, mas apenas tendo Deus ou Cristo como sujeitos, e em parábolas cujo personagem representa Deus. A palavra representa o amor misericordioso além do padrão humano, compreendendo e alcançando a vida do outro- "Bíblia da Reforma ") nos abraçou e nos perdoou.
Nunca nos esqueçamos de onde viemos e qual era nossa situação e você que se encontra como o filho pródigo, não sei em qual fase você está, mas sei qual será o final, por isso lhe digo: O pai lhe espera. A porta ainda está aberta.
"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. " (João 10.28,29).
Paz vos sejam multiplicadas.
Soli Deo Gloria.
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