Na saga "Percy Jackson e os Olimpianos" nos encontramos com um personagem chamado Grover, um jovem sátiro, que tem como missão resgatar semideuses e trazê-los para o Acampamento Meio-Sangue. Seu objetivo principal na saga é cumprir missões para poder se tornar um Buscador. Buscadores são sátiros que recebem a missão de encontrar o deus Pã, o deus da floresta, cujo notícias dão conta de que está morto já faz dois mil anos.
Enfrentando desafios ao lado de Percy Jackson, Grover se tornou um Buscador, como tanto almejava, e saiu em busca de encontrar Pã. Em sua jornada procurou pelo deus da floresta em todos os lugares, mas não conseguia encontra-lo, mesmo sentindo que estava cada vez mais perto e em algum momento o encontro seria inevitável.
Durante a caminhada pelo labirinto criado por Dédalo, o arquiteto, Grover sentiu-se muito perto de Pã e finalmente o tão sonhado encontro aconteceu. Grover encontrou Pã doente em estado muito grave, mas ele não podia acreditar no que estava vendo, afinal de contas, deuses não podiam morrer. Contudo, ele recebeu um recado de Pã que mudaria por completo a missão dos sátiros. Questionando-se se os deuses poderiam morrer, o jovem sátiro descobriu que isso era possível:
"Eles podem desaparecer aos poucos - afirmou Pã - quando tudo que representam tiver deixado de existir. Quando seu poder esvai e seus locais sagrados sucumbem. O mundo selvagem, meu querido Grover, está tão pequeno agora, tão destruído, que nenhum deus pode salva-lo. Meu reino acabou. É por isso que preciso que você leve uma mensagem. Você deve voltar ao conselho. Deve dizer aos sátiros, as dríades e aos outros espíritos da natureza que o grande deus Pã está morto. Conte a eles sobre minha morte. Porque eles precisam parar de esperar que eu os salve. Eu não posso. A salvação tem que partir de cada um."
Se na peregrinação de Percy Jackson, o jovem Grover descobre que o deus da floresta morre, sendo incapaz de salvar os sátiros, sucumbindo e perecendo porque foi esquecido, por outro lado nos lembramos da história da redenção que por milênios vem sendo anunciada e a cada dia arrebata mais e mais corações. As Boas Novas, Boas Notícias, o Evangelho, anunciando que o reino de Deus havia chegado, que Deus se tornara humano, peregrinando entre nós e enfrentando a morte para finalmente vence-la, é a demonstração que ele pode e decidiu nos salvar.
O apóstolo Paulo escreve que a morte foi vencida pela vitória, que o aguilhão, ou seja, o pecado, não foi capaz de fazer sucumbir aquele que criou todas as coisas. E se a morte de Pã significa que o sagrado saiu de cena e a destruição da natureza feriu o deus da floresta a tal ponto dele desaparecer e ser esquecido, Jesus Cristo, com sua morte, dividiu a história dos homens, sendo o intervalo entre sua morte e ressurreição o clímax da história da humanidade.
Enquanto Grover teve que anunciar que sua esperança sucumbiu, sendo incapaz de salvar a si mesmo, cristãos anunciam que finalmente podemos parar de perseguir as bolhas de sabão, pois o vazio da existência foi preenchido por aquele que criou todas as coisas, visíveis ou invisíveis, e o Cordeiro que tirou o pecado do mundo, reconciliou-nos consigo mesmo, revelando seu amor infinito, para que onde abundou o pecado, superabunde a graça; que onde invade o esquecimento, ele se revela e aproxime-se de nós, pois como nos lembra Paulo de Tarso, foi nessa esperança que fomos salvos.
Ao Rei eterno, ao Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém.
1 Timóteo 1:17
1 Timóteo 1:17
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